sexta-feira, abril 28, 2006

Falta mais alguma coisa?

Você me disse que nunca tinha visto o Mar. Então criei jangadas certas pra caber nós dois e te levei pra ver as águas mais cristalinas que um dia sonhou em ver.

Você me disse que nunca tinha dormindo sob as estrelas. Por isso quebrei o teto da nossa casa para juntos podermos contar todos os pontinhos brilhantes que quisessemos.

Você me disse que nunca tinha escutado um pássaro cantar. Eu fui lá onde os pássaros são felizes, organizei um a um e te fiz uma doce serenata de assobios angelicais.

Você me disse que nunca tinha provado o gosto delicado do mel. Eu não me importei de ir roubar o tesouro que animais tão ariscos guardam como se fossem suas próprias vidas.

Você me disse que nunca tinha visto lágrimas no meu rosto. Me entristeci, me magoei, doeu, me torturei e por fim, sorrindo, te dei as lágrimas mais verdadeiras e amargas que pude produzir.

Ontem você me disse que nunca me viu sangrar. E agora eu mostro meus pulsos abertos, vertendo meu líquido mais precioso e que você nunca havia visto antes. Então olhe, chegue perto, não faça essa cara de espanto. Não era isso que você queria no final das contas?

De quem não se tem

Eu queria
Eu juro que eu queria
de um querer que dói
E choro a perda
Por nada ganho

Eu sabia
E jurei que não sabia
de um saber que cega
Negação de tudo que eu vi
Por nada vivido

Sem tirar o corpo fora
Fora todo o copo entornado
Eu já sabia
Era o meu leite estancado
num corpo adormecido
Era o seu sangue fervendo
no último copo da noite
Dói e cega

Jurei que eu não sabia
Mas eu quero
Eu juro que eu quero

quarta-feira, abril 26, 2006

MANTRA

Ultimamente quando a última mente pára, eu me sirvo dos mais lindos pensamentos de outros seres. Não posso dar vazão ao vazio dos meus devaneios que me levariam mas longe do que eu posso suportar.

No exato lugar, velho e tão conhecido lugar onde eu me encontro, me perco de todos os olhares atenciosos e desatenta, desato os laços reais e sonho com o dia em que as palavras desse mantra me tragam a paz.

"Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração...
Acordará
Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência...
Adormecerá
E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar, no mesmo quintal
Da alma ao corpo material
Quando não se têm mais nada
Não se perde nada
Escudo ou espada
Pode ser o que se for...
Livre do temor
Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá...
Para dar amor
Amor dará e receberá
Do ar, pulmão; da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão do tempo espiral
Amor dará e receberá
Do braço, mão; da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte o seu guia natal
Adeus dor"

quinta-feira, abril 13, 2006

Tudo de novo, de novo?

Novamente, já deu o que tinha que dar pra mim. Um ano eu aguentei, um ano! Agora chega. Vou fazer todo o caminho inverso do que eu fiz até agora. Me perdi na floresta e andei em círculos. Já passei por essas árvores um milhão de vezes. Atravessei esse rio uma centena... Ou eu acho o caminho pra seguir ou ...

Vou tentar de novo, mais um ano apenas. E isso é tudo pra mim.

terça-feira, abril 11, 2006

Volte 3 casas.

É! Tá bem difícil assim. Acho que eu não entendi direito a regra desse jogo. Estou sendo descaradamente roubada e desconheço quem está fazendo isso.

Joguei os dados e sabia que tinha andar 7 casas, e andei, uma, duas, três, quatro... mas de repente olhei para os dados e tinha que andar 79 casas????? Continuei. ... cinco, seis, sete, oito... a recompensa no final deve valer a pena... nove, dez, onze...

Cara, estou completamente sem fôlego, achei que podia fazer esse caminho sem chiar, mas meu peito está em frangalhos, chiando feito gato engasgado.

Estou continuando, doze, treze, catorze, quinze... Me lembrei que há 15 dias prometi uma coisa pra mim mesma: " Nunca mais deixar sujeira acumular em casa!" Hahaha! Posso contar mais de 15 coisas fora do lugar. Mas também, com tanta casa pra caminhar... é inútil arrumar uma casa que eu já vou abandonar, tenho muitas casas pela frente. Mas a recompensa é...

Agora eu estou parada, olhando, desconfiada, para os dados que eu mesma lancei. Alguém mexeu, alguém trapaceou... ou eu não percebi o número certo de princípio? Se eu soubesse que era tanto assim talvez eu nem teria... NÃO! Não é isso. Eu vou andar 79 casas para chegar no final.

Parei em qual mesmo??? Que casa é essa? Não é minha, será que no final eu ganho a casa que eu chegar? Nenhuma dessas casas que eu caminho, que eu ajeito, que eu arrumo e desarrumo é minha.

Eu vou continuar, mas hoje eu não entendo as regras desse jogo.

sexta-feira, abril 07, 2006

Da Arte do Comprometimento

Abandonar! Esta palavra é tão comum na minha vida. Em todos os sentidos: abandonar o amigo, o amor, abandonar uma idéia, abandonar ae calma, a paz, abandonar o que está "quase conseguido"...


Quando estive no "templinho" da Monja Coen, percebi o que me faltava na vida: COMPROMETIMENTO. Em primeiro lugar comigo mesma, e depois... bem, depois é o passo seguinte. Encontrei tantas pessoas comprometidas com seus caminhos e comprometidas também em ajudar a trazer o caminho dos outros mais pra perto. Isso me encantou!

Nada de abandono, nada de recaídas egoístas, não neste caminho que começo a enxergar, graças ao comprometimentos de tantos, e agora, do meu também.

leia mais textos sobre minhas reflexões Budistas no ZEN TA BEM!

quinta-feira, abril 06, 2006

Aqui comigo

AGORA COMEÇA:

Vamos em frente

Enfrente a maré subindo até garganta!



E quando não aguentar mais o sufoco, se entregue, não lute contra a água, mergulhe nesse azul acolhedor e ame o som das bolhas. Deixe-se pesar. Se leve até o fundo, flutue nesse imerso de vida.

Pode ficar por aqui comigo, não te deixo sem folêgo. Quando puder a gente respira, mas não agora. Quero te olhar embaçada, entre partículas de Hidrogênio e Sal. Ouvir tua voz sendo distorcida e chegar aos meus ouvidos com os sons dos peixes e entender cada palavra.

E quando for para voltar à superfície, que seja devagar, sentindo a temperatura do corpo acordar e olhando sempre pro alto, quero ver o sol receber você, como nós o recebemos a cada manhã.



Você vai em frente

Enfrentar a maré que sobe até a garganta!

E quando não aguentar mais o sufoco, eu te levo pro mar!

Só pra começar a falar de mim

Sou eu mesma, tentando desesperadamente achar um jeito de respirar mais naturalmente. Mas ainda sou só eu mesma, precisando desesperadamente da palmadinha da parteira.

Isso dura até quando?

E quando é que eu aprendo a andar?

E depois, quando eu começo a correr?

Quem me segura se eu cair?

E a fome? Quem me nutre?

E a escola, onde está?

Como é que a casa fica de pé ?

POR QUE É QUE EU NÃO CONSIGO FICAR DE PÉ?

Dobra no Espaço

As idéias ficaram tão gigantescas que poluí o Espaço alheio.

Tomei conta, cheguei chegando. Mergulhei muito fundo... mas não tão fundo quanto eu queria. Faltou espaço pra mim no Espaço Sideral. Por isso voei mais alto, e mergulhei mais fundo e vim parar aqui.



Agora é aqui que espero as Colisões, os Homens de Culhão, os novos Inícios e Meios sem Fim... Os arquivos de Janeiro, Dezembro, Novembro, as Manhãs de Quinta... Tudo estará aqui! E mais...

Mas não esqueço tudo que me compôs até aqui... no outro Espaço eu me limitei, pra quebrar os limites dos seus Espaços estou aqui!

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