De volta do meu devaneio, confirmo: Não tenho controle, nem quero ter.
Você está na minha frente, tão real como tudo que eu invento.
Estamos tão perto de conseguir o que queremos, seus olhos fechados, os meus bem abertos, pra te memorizar, pra te desfragmentar em milhares de cores, milhares de luzes.
E passo a mão nos seus cabelos, seguro sua nuca. Mais um beijo, mais todos os beijos que eu posso te dar.
Colo na parede, me mesclo com o vermelho da cortina e te puxo pro fogo comigo.
Sua mão me toca, fundo. Atinge meus ossos, eles tremem. Seu dedo desce pelo meu ombro, peito, barriga. A mão inteira agora, me segura pelo quadril, desenha minha curva até as costas. A mão inteira, eu sinto todo o desenho dela, todas as linhas, todos os seus póros grudados nos meus. Seus dedos fecham, pegando o máximo de mim. É só a palma, mas sou eu inteira nas suas mãos.
O caminho ainda vai pra baixo, mais pra baixo... até onde iremos agora? Pra onde você leva o pouco ar que consigo respirar quando estou com você?
Suas duas mãos no meu quadril, me puxam com força pra você. Sua rapidez é impressionante! Atinge o bolso da calça, entra sem pedir licença, vasculha e acha... Puxa o isqueiro. É fogo que você quer? Vamos começar com esse. Vasculho em você também. Acho o maço, tiro dois, acende o meu. Acendo o seu.
Olha pra mim, mas olha bem e responde: Por quanto tempo mais terei que esperar?
FIM DO SÉTIMO CIGARRO